"A tarde seguiu chuvosa e transformou-se em uma noite de vento assustadora. No quarto do Conde a pequena janela batia e assobiava como um uivo que ecoava por toda a casa. Antes de fechá-la olhei para o sombrio poço e algo atraiu o meu olhar. Mesmo no total escuro do jardim, pude ver um brilho muito forte dentro da água que desapareceu rapidamente no fundo."
a palavra escrita é como a maresia nos cabelos e na língua, dá-me o ímpeto de seguir para o horizonte
20 de abr. de 2019
13 de mar. de 2019
O poço e outros abismos - em andamento
"O poço e outros abismos"
é um antigo projeto onde irei reunir os meus contos
em um único livro.
Em andamento...
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10 de fev. de 2019
Caligrafia
Sinto uma grande saudade das cartas escritas à mão. Minha caligrafia tantas vezes treinada e aperfeiçoada, resume-se agora num dedilhar. Não mais o nervosismo visível nas linhas trêmulas, traçadas com a emoção do momento. Não mais o cheiro, o perfume das mãos. Acompanho as modernidades e faço uso de todas, mas não me incomodaria de perder algum tempo com coisas que deveriam ser imutáveis.
Berenice 2014
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2 de fev. de 2019
1 de fev. de 2019
Alísios
Em meio à calmaria chega o vendaval disfarçado de suave brisa, soprando no que antes era impecavelmente arrumado, fazendo sentir uma tépida temperatura, um sinal de tempestade, onde só se sentia os úmidos e previsíveis ventos. O assombro é engodo ao que sente e ao que sopra, o temporal morno e devastador já era aguardado, a calmaria, uma explosiva possibilidade.
Berenice 2009
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10 de jan. de 2019
Maresia
Não existe algo que me dê maior sensação de liberdade do que o mar. E ainda, uma liberdade melancólica, uma tristeza desmedida e sem motivo aparente. Penso que essa sensação esteja no inconsciente, numa época de antepassados, patrícios. A nostalgia de um povo habituado à saudade, que sempre olhava o mar com os olhos marejados, tanto fazia se era o que ficava ou o que ia. Gosto dessa sensação. A maresia nos cabelos e na língua dá-me o ímpeto de seguir para o horizonte.
Berenice 2009
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