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22 de mar. de 2024

Descompasso

 


Em descompasso com as suas horas

Sua temperatura e dias e anos

Suas meninices e virilidades

Embriago-me

 

Na normalidade que a tudo inunda

Não percebo a crueldade muda

Ao ritmo do tempo

Acostumo-me

 

A normalidade inunda tudo de dor e beleza

O amargo feitiço da ilusão

Que persiste além do tempo e vontades

Entrego-me

 

Nos meus sonhos amorfos

Amparo suas asas

No caos dos meus desejos

Revelo-me

 

Na impossibilidade da lucidez

O caos da loucura é o alívio

No desejo de uma sã explicação

Desfaço-me

 

Nas minhas camadas 

O descompasso culmina

No ciclo mordaz das ilusões

Sujeito-me

...


Berenice - 2017





3 de mai. de 2022

Escritoras Fantásticas BR



Escritoras Fantásticas BR

"é um projeto inédito de catalogação de autoras brasileiras
que produzem ficção fantástica em prosa:
fantasia, scifi, gótico
e suas vertentes/ramificações:
horror, steampunk, realismo mágico, contos de fada,
fábulas, bem como as que trabalham ficção
a partir de mitologias e folclore, etc.

Coordenado pelas escritoras
Lu Evans e Rozz Messias,
o projeto tem como objetivo reunir as biografias,
fotos e principais obras das autoras
que escrevem literatura fantástica,
e assim traçar um panorama desse
gênero literário no Brasil
a partir do ponto de vista feminino."

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11 de out. de 2021

Maçãs da Imortalidade chegou!

 





Maçãs da Imortalidade
é o segundo livro da Coleção Divindades Femininas.

Meu conto "Nas asas da libélula" faz parte desse lindo livro
ao lado de grandes escritoras!

Organização de Bruny Guedes e Janaína Storfe

Confira o livro físico e em eBook:




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Todos nós conhecemos as histórias e grandes façanhas de Odin, o pai de todos, Thor, deus do trovão, e Loki, deus da trapaça. Mas o que sabemos sobre a grande Frigg, rainha de Asgard, de Freya, deusa do amor, de Iduna, deusa da eterna juventude e guardiã do pomar sagrado, de Thrud, a poderosa filha de Thor, ou de Hela, temida deusa dos mortos?

A mitologia nórdica, como tantas outras, possui deusas e mulheres fortes e destemidas, capazes de tudo para proteger seus entes e sua terra. Como a leal Sigyn, que permaneceu ao lado de seu marido Loki por anos e anos, protegendo-o do veneno da temível cobra deixada acima de sua cabeça para matá-lo.

Nessa obra, composta somente por escritoras, contaremos as histórias pouco conhecidas e inéditas dessas deusas destemidas e fortes.


1 de jul. de 2021

Ancoradouro [conto curto fábula urbana]


    
    Acordo no meio da noite com a sensação que estou sendo observada, e estou. Mesmo de longe o olhar brilhante atrai o meu. Algo nele é mistério e convite, como se soubesse que nada temo. Resolvo segui-lo.

    A rua está totalmente deserta, falta hora e meia para amanhecer. Protejo-me, está frio. Acompanho de longe, a passos silenciosos. Ele caminha sem pressa e aproveito para sentir a noite. Nunca deixo de me encantar com a paisagem da madrugada, as sombras inesperadas dos casarios no asfalto deserto e os brilhos trêmulos nos rios que cortam a cidade, basta um pouco de lua e a mágica acontece.

    Sigo pelas pontes, deixando um pouco de distância entre nós. Passo pelo teatro entre as árvores centenárias e, embora vazio, escuto sons tenebrosos saindo das suas paredes, algum horror que assisti ali em alguma ocasião e não lembro qual. Muitos sons são horríveis para mim mas, à medida que eu caminho, agora em passos mais rápidos, mas ainda mudos, consigo ouvir ali perto o som que sempre acalma o meu coração.

    A solidão da noite é apenas um ardil, não me engano e mantenho-me alerta. Refúgios escuros e sujos misturam-se ao encanto, por vezes são o próprio encanto, radiantes ou tristes. O aroma metálico é sutil, mas continua espalhado pelo ar, intensificado pelo sereno que deixa tudo úmido. Todo este percurso é meu conhecido, não estou ao acaso e não perco o meu observador de vista.

    Ele caminha em direção ao meu lugar predileto e uma suave luz já surge no horizonte do mar alto. Quando chego, ele está parado no meio da praça, bem no círculo metálico* encravado no chão. No mesmo lugar onde, por uma eternidade, todos os dias, aguardo para sentir o momento que o sol desponta e invade todas as ruas antigas que partem daquele ponto. Todos os caminhos partem dali, todos os meus caminhos.

    Ao me aproximar para entrar com ele no círculo, vejo novamente o seu olhar, um quê de ferocidade e ternura. Sua pupila oscila entre atenção e repouso, nos protegendo. Já neste momento o seu olhar passou a ser, junto ao som do mar, o que acalma o meu coração.

    Do lugar onde estamos podemos ver os raios do sol preencher tudo em volta num grande raio de ação. Atrás de nós, numa linha reta, o raio percorre toda a longa avenida até chegar na ponte por onde passamos, caindo no rio como uma cascata de fogo. É um convite para caminhar neste calor. Eu bem que preciso, estou trêmula de frio e ele, impassível, olha o horizonte.

    Sentimos ruídos e na mesma hora saltamos dali. Não somos os únicos habitantes das ruas e da noite, outros seres vagam com menos sorte que nós. Antes mesmo que eu tome a decisão, ele salta com leveza para o telhado, o meu telhado, onde eu passo a maior parte das horas de sol fresco. Parado majestosamente lá no alto, com a linda vista da cidade atrás e o mar à frente, ele me olha chegar lentamente, com um ar de quem tudo sabia e eu nem desconfiava. Aceito de bom grado o atrevimento.

    Sento ao seu lado e juntos ficamos hora e meia olhando o mar. Esse mar que tantas vezes pensei que fosse engolir toda a borda da cidade, tamanho o ímpeto de pegar de volta o seu território teimosamente habitado. Mas não, os diques conseguem conter essa fome e, sob a vigilância implacável das esculturas de pedra, o mar se explode ali mesmo em gotículas e espuma.

    Sacudimos os nossos pelos para secar a garoa e a umidade do sal. O cheiro forte da maresia e de peixe deixa todos os nossos sentidos aguçados, mostramos as nossas presas pontudas e fortes. Sentimos algo se mover por perto, o cheiro metálico. Saltamos com nossas patas silenciosas pelos telhados do porto, era o nosso café da manhã. O afeto está selado, o nosso marco.


FIM


*O Marco Zero fica no bairro do Recife Antigo, próximo ao Porto do Recife, e nos remete às origens da capital pernambucana. No centro da praça do Marco Zero há uma placa de metal no chão que assinala o local de partida da cidade com suas coordenadas geográficas, o ponto de onde partem todas as distâncias rodoviárias locais. Esta placa com as coordenadas está no centro de uma grande obra de arte, a Rosa dos Ventos, o grande desenho no chão indica os pontos cardeais e faz referência aos astros do nosso sistema solar, numa mistura poética de geometria e astrologia.


Minha pequena fábula de ficção urbana que se passa na cidade do meu coração. Uma homenagem ao lugar do mundo que me recebeu ainda criança e me acolhe até hoje.




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25 de jun. de 2021

Meus contos na Amazon




Contos meus na Amazon em e-Book:


Um conto sombrio que envolve mistério e lendas.

"O seu desaparecimento estava cercado de mistérios e lendas.
Um suspense emocionante e revelador."


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Um tenso e psicológico conto de ficção nordestina.

"Tinha plena certeza de que não foi um sonho, embora esta fosse a sensação e o seu desejo. Acordou na cama sem saber como foi parar nela e com uma fraca luminosidade entrando pela janela. Fez o mesmo ritual de acordar, molhar os cabelos com a água da bacia, pentear com as mãos, ver a sua palidez no espelho e olhar pela janela a mesma paisagem de nuvens caídas. Tentou lembrar mais detalhes da sua chegada, porém, assim como a voz da mulher no vento, suas lembranças misturavam-se e já não sabia o que era real."


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Uma fábula de ficção urbana nordestina.

"Refúgios escuros e sujos misturam-se ao encanto, por vezes são o próprio encanto, radiantes ou tristes."


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Um conto de fantasia sobre o embate entre anjos e demônios.

"Novamente a ameaça espreita e, desta vez, eu preciso destruí-la. Há quantos mil anos que tento ter olhos que não enxergam? E agora, neste momento, consigo sentir a luz, sem nem precisar de olhos."


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Um conto de fantasia gótica.

"Faltava uma hora para o amanhecer. Embora ele sentisse a hora do dia, não fazia ideia do tempo. Dias, meses, anos, séculos. Não se sentia um velho, contudo, estava carcomido, como se tivesse apodrecido. Não, o infeliz não sabia que vivia apenas uma noite da sua nova vida."


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16 de abr. de 2021

O cálice de tiquira - grátis na Amazon


Aproveite!


Escrever é sempre um aprendizado,
"O cálice de tiquira" veio me lançar luz 
sobre mais alguns aspectos do nosso 
vasto nordeste. 

Ele estará gratuito de 17 a 21 de abril. 

Apoie a literatura nacional!
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28 de mar. de 2021

O cálice de tiquira - na Amazon

 




Trecho:


"Tinha plena certeza de que não foi um sonho, 
embora esta fosse a sensação e o seu desejo. 
Acordou na cama sem saber como foi parar nela 
e com uma fraca luminosidade entrando pela janela. 
Fez o mesmo ritual de acordar, molhar os cabelos 
com a água da bacia, pentear com as mãos, 
ver a sua palidez no espelho e olhar pela janela 
a mesma paisagem de nuvens caídas. 
Tentou lembrar mais detalhes da sua chegada, 
porém, assim como a voz da mulher no vento, 
suas lembranças misturavam-se 
e já não sabia o que era real."



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10 de mar. de 2021

Nas asas da libélula


Trecho do meu conto "Nas asas da libélula"
que faz parte da Antoloia Maçãs da Imortalidade.

Após o sucesso de "Pétalas de Cerejeira" chega agora a antologia "Maçãs da Imortalidade" para integrar a Coleção Divindades Femininas. 

Composta somente por escritoras,
são histórias pouco conhecidas e inéditas 
de deusas nórdicas destemidas e fortes.




Um lançamento Cartola Editora


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7 de mar. de 2021

Maçãs da Imortalidade




Após o sucesso de "Pétalas de Cerejeira" chega agora a antologia "Maçãs da Imortalidade" para integrar a Coleção Divindades Femininas. 

Composta somente por escritoras,
são histórias pouco conhecidas e inéditas 
de deusas nórdicas destemidas e fortes.




Um lançamento Cartola Editora


➡️ É possível apoiar com o valor mínimo
ou adquirir o livro em versão física ou digital.


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20 de jan. de 2021

Pétalas de Cerejeira chegou!




Pétalas de Cerejeira 
é o primeiro livro da Coleção Divindades Femininas. 
Meu conto Candeia faz parte desse lindo livro
ao lado de grandes escritoras! 


Encontre em eBook e em livro físico:

na Amazon

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Esse é o início de uma coleção. Mas não uma coleção comum, e sim muito especial: uma coleção sobre deusas feita somente por mulheres fortes como as que serão retratadas.

Cada volume abrangerá uma mitologia, e o primeiro conta histórias sobre as divindades femininas da mitologia japonesa.

Como em quase todas as mitologias, os contos da mitologia japonesa incluem um grande número de deuses, deusas e espíritos, e a maioria das histórias diz respeito à criação do mundo, à fundação das ilhas do Japão e às atividades de divindades, seres humanos, animais, espíritos e criaturas mágicas.

São histórias pouco conhecidas, porém belíssimas, cheias de significados e elucidações para um povo milenar, que até hoje nutre por tais aventuras e desventuras um fascínio honroso e duradouro.
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Prímula - em andamento

(Foto: John Wingfield)

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7 de out. de 2020

Lascívia chegou!






 

Minha Antologia Lascívia chegou com

cheirinho de livro novo no ar.

Meus dois contos "Impropriedades" e "Oferenda" estão nessa antologia linda!


Lascívia é uma antologia da Cartola Editora 

organizada por Janaina Storfe 

e com vários novos autores nacionais. 


Está disponível em eBook e em livro físico:



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A palavra erotismo vem do francês “érotisme”, que significa “desejo amoroso”. O erotismo é o estímulo sexual sem apresentar o sexo de forma explícita, que é o que o diferencia da pornografia. O termo não representa apenas um estado de excitação sexual, mas também a exaltação do sexo no âmbito das artes, como na literatura e na pintura. E é justamente através desse apelo artístico que o conteúdo erótico se distingue da pornografia, na qual tende a haver uma maior preocupação sexual do que estética.


As primeiras representações artísticas de clara intenção erótica foram realizadas pelos Gregos e Romanos. Estas se encontram nas ornamentações de vasos de cerâmica, em pinturas murais, como nos frescos da Villa dos Mistérios em Pompeia (Museu Secreto de Nápoles) e nas esculturas inspiradas em cenas mitológicas de jogo amoroso.


Na literatura, é preciso distinguir a ficção poética das que possuem sentido didático, como o Kama Sutra. O Cântico dos Cânticos (ou Cantares de Salomão), quarto livro da terceira seção da Bíblia hebraica e um dos livros poéticos e sapienciais do Antigo Testamento da Bíblia cristã, possui em sua composição uma profunda dimensão erótica.


A poesia erótica encontrou no mundo romano uma nova dimensão ao incorporar elementos da linguagem coloquial que facilitaram a expressão da sensualidade. Durante a Idade Média, o gênero evoluiu para uma liberdade maior na poesia dos goliardos, ao mesmo tempo em que surgiu quase contemporaneamente a poesia do amor cortês, em que a inspiração erótica acontecia de uma forma altamente sublimada e codificada, sendo reflexo da sociedade feudal e cavalheiresca na qual se desenvolveu. No Renascentismo e no barroco, a poesia erótica atingiu o seu último momento de esplendor, pois nos séculos seguintes perdeu a sua especificidade como gênero distinto da poesia amorosa. Nos séculos XIX e XX o gênero foi cultivado por um extraordinário número de escritores, como Oscar Wilde e Alfred de Musset, mostrando vitalidade diferente das de outras narrativas.


E por que “Lascívia”? A palavra é sinônimo de luxúria, uma emoção de intenso desejo pelo corpo. Segundo a doutrina católica, é um dos sete pecados capitais e consiste no apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes; sexualidade extrema e sensualidade.


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O bushi - em andamento


"Sem me importar com as pessoas em volta e os rituais envolvidos na cerimônia, cheguei no corpo ajoelhado, os seus olhos estavam fixos no chão. Vestida com o quimono branco, os cabelos compridos dourados cobriam seu rosto, grudados nas lágrimas. Percebi os espasmos, a mancha vermelha espalhando-se no traje e a pequena faca dentro do seu abdômen. Sabia que precisava fazer algo, ela havia me preparado para isso. Quanto entendimento dentro de um corpo tão jovem e pronto para morrer. Peguei a sua espada, fechei os olhos. Um profundo silêncio gritava em volta. Nunca desejei tanto a ignorância.


                                                    Trecho de O Bushi


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7 de jul. de 2020

Candeia




Trecho do meu conto "Candeia"
da antologia Pétalas de Cerejeira da Cartola Editora que fará parte da
Coleção Divindades Femininas.

Heroínas, sonhadoras, corajosas e valentes.
A força feminina retratada nas histórias das deusas japonesas.
Suas lutas, seus romances, seus caminhos.

Conheçam as autoras e suas histórias nesse projeto lindo
organizado por Bruny Guedes

Em breve nas livrarias e em e-book. 

Conheça o projeto:

19 de mai. de 2020

Antologia Pétalas de Cerejeira


Mais um projeto da Cartola Editora que estou participando -
Coleção Divindades Femininas.

Heroínas, sonhadoras, corajosas e valentes.
A força feminina retratada nas histórias das deusas japonesas.
Suas lutas, seus romances, seus caminhos.

Conheçam as autoras e suas histórias nesse projeto lindo
organizado por Bruny Guedes e com financiamento pelo Catarse

Apoie autores nacionais!